terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Placa de sinalização também é ERGONOMIA

MUITOS DE NÓS ESQUECEMOS ...  que placa de sinalização também é ergonomia,muitos dos meus colegas de campo não tem esse conhecimento portanto neste post gostaria de mostrar alguma coisa a respeito e até mesmo ajudar de alguma forma .
bom eu pesquisei um ex bom e simples um artigo de uma festa que postaram na internet é bem simples mas acredito que ajudara !!!
espero que gostem

no caso é uma feira municipal de Japiim 


 ESTUDO DA ERGONOMIA FÍSICA
O objetivo da sinalização é facilitar a circulação das pessoas, direcionando-as de forma eficaz pelo ambiente. De forma que esta finalidade fosse alcançada, foi realizado a principio, embasado na análise da planta baixa da Feira, o estudo da circulação do público e a identificação dos pontos críticos de decisão, ou seja, regiões onde o usuário precisa tomar decisões, como, por exemplo, escolher a direção à direita ou à esquerda. Estas são áreas onde é indispensável a instalação de totens de circulação (indicam os sentidos e direções), que irão orientar as pessoas de forma correta e eficiente no local, além de placas de localização (indicam o que funciona naquele determinado local), placas de proibição (expressar impedimento de determinadas ações) e os murais de avisos que possibilitam a comunicação da Feira com o usuário. Na figura 1 é possível observar os pontos críticos de decisão identificados na planta baixa do espaço onde a Feira se encontra.
Figura 1 - Identificação dos pontos críticos localizados na Feira.
Após os pontos críticos serem identificados, foi realizado o estudo do campo visual. O conceito de campo visual está relacionado aos limites em que a percepção do olho humano é otimizada (figura 2). A meta deste estudo no projeto é a demarcação com precisão da melhor posição para as placas, de forma a atender as exigências tanto de adultos quanto de crianças.
Figura 2 - Ângulos de Visão (IIDA, 2005).
A análise do campo visual foi realizada em cada ponto identificado anteriormente como crítico de decisão. Para isso, foram traçadas as linhas ótimas de visão dos usuários oriundos das decisões que levam a cada um destes pontos. Em seguida foi traçado um ângulo de 60º graus (ângulo de cobertura da visão onde não existe necessidade de movimentar a cabeça), com base nestas linhas, e a área identificada como comum entre os campos de visão foi definida como a ideal para a localização de cada placa de circulação. Verifica-se isto na figura 3.
Figura 3 - Estudo do campo visual da Feira 3. ESTUDO DA ERGONOMIA COGNITIVA
Identificados e analisados os pontos que necessitam de placas de circulação, identificação, proibição e mural, o próximo passo foi determinar quais as informações que estariam presentes nestas placas e de que forma seriam dispostas para que fossem percebidas e codificadas pelos usuários. Então foi realizado o estudo da cognição, percepção, semiótica, visibilidade, legibilidade e os estudos dos enunciados.
Segundo as autoras MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003), a cognição referese ao processo pelo qual ganhamos conhecimento, sendo o objetivo da Psicologia Cognitiva caracterizar este processo em termos de suas capacidades e limitações.
A consideração do processo cognitivo entrou assim como aspecto a ser considerado no uso de signos e pictogramas, envolvendo ente outros, o estudo da teoria da Gestalt.
A teoria da Gestalt introduz as noções de forma e estrutura, preocupando-se com a organização dos elementos visuais e a percepção do individuo. Os princípios definidos por ela são: figura/fundo, simetria, proxiidade, similaridade, continuidade e fechamento; vistos na figura 4.
Figura 4 - Princípios da Gestalt, (IIDA, 2005)
A consideração destes princípios foi importante para a distribuição dos elementos nas placas, mantendo a uniformidade e contribuindo assim com a rápida codificação da mensagem e a boa condução do público.
4. ESTUDO DAS CORES
O estudo das cores, na hora da projetação é essencial, ao passo que as cores fornecem muitas oportunidades para união e estruturação da informação.
No desenvolvimento da sinalização da Feira do Japiim, as cores foram exploradas de forma a tornar o ambiente mais eficiente, alegre e agradável, tornando os elementos presentes nas placas mais legíveis e atrativos para o público. Optou-se pelo uso de cores próximas às presentes no local, dando unidade ao ambiente. Para os pictogramas (figura 5) foi utilizada apenas a cor preta como padrão para destaque da informação.
Figura 5 - Exemplo de pictogramas
Para a definição da cor utilizada na tipologia considerouse o estudo de visibilidade apresentado por IIDA (2005), que destaca o preto sobre branco como uma das combinações mais legíveis. Optou-se então por essa combinação, além de outros elementos dos subsistemas conterem cores amarelo e azul (cores que caracterizam o local).
5. SEMIÓTICA
Outro estudo abordado para a realização do projeto foi o estudo da semiótica, definida como a ciência dos signos por SANTAELLA (1983) apud MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003). Segundo o autor, a Semiótica é uma ferramenta para a análise de produção de linguagens.
Quando o público entra em contato visual com as placas de sinalização, ele realiza um esforço de interpretação e compreensão a respeito do significado dos elementos. A semiótica tem então como meta tentar explicar estes fenômenos de significação e interpretação.
Signo é definido por PEIRCE (1999) apud MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003), como aquilo que, sob certo aspecto ou modo, representa algo para alguém. Quando recebido por um observador, o signo cria, na mente deste, um signo equivalente ou mais desenvolvido de acordo com o repertório e experiência desse observador. Esse signo criado na mente do observador é chamado de interpretante. Podese dizer então que o signo é comporto por: um Objeto (que pode ser um fato); um Interpretante (que pode ser a interpretação que alguém venha a fazer do fato); e um Representante, que e o corpo do Signo em si. Desta forma, tudo aquilo que relaciona três elementos pode ser um Signo.
Os signos de acordo com PIERCE (1999) dividem-se em: - Ícones: é um signo que tem semelhança com seu objeto. Ex: fotografia de uma pessoa. - Índices: são signos que indicam algo ou algum processo. Ex.: fumaça. - Símbolos: são signos arbitrários na aparência. Ex.: placa de transito.
No projeto trabalhou-se com as idéias de ícone e símbolo para definir os pictogramas.
6. ESTUDOS DOS PICTOGRAMAS
Os pictogramas são geralmente usados em locais onde se necessita de uma comunicação independente de texto, afirmam as autoras MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003). Na sinalização da Feira, optou-se por associar pictogramas a maioria dos enunciados, de modo a facilitar o entendimento das informações pelas por todas as pessoas.
Os pictogramas desenvolvidos para a Feira seguiram as formas presentes na arquitetura do local e das peculiaridades da construção. Eles apresentam assim formas arredondadas e simples.
Os desenhos dos pictogramas estão de acordo também os critérios apresentados por IIDA (1990), como pode se observado na figura 6.
Figura 6 - Critérios ergonômicos aplicados aos pictogramas
7. ESTUDO DA TIPOLOGIA
Segundo MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003), a valorização da parte estética muitas vezes ofusca a legibilidade, uma placa linda e que não informa, não tem utilidade. Assim, um projeto de sinalização deve unir estas duas características, integrando-as num sistema construtivo e simples.
A escolha dos tipos é fator importante para determinar a legibilidade das mensagens. Segundo SIMS (1991) apud MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003) não existe tipo bom ou ruim, o que o faz bom ou ruim é o seu uso. No entanto, recomenda-se o uso de fontes não serifadas, porque possuem maior legibilidade.
Por esse motivo, elege-se o uso de uma fonte sem serifa, de traços simples e uniformes. As letras também foram utilizadas em minúsculos, pois facilita a leitura pelo contorno.
Figura 7 - Leitura da palvra pelo entorno.
A escolha do peso da letra, espessura, contraste de treco e proporção são também importantes, e assim como o tamanho e as cores influenciam na legibilidade. IIDA (1990) apud MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003) faz algumas recomendações a respeito destas dimensões (figura 8), que foram consideradas no projeto.
Segundo o autor, o tamanho de letras e números depende da distancia de leitura. Em geral, recomenda-se que a altura de letra e números seja 1/200 da distância, em milímetros. Com a análise do local verificou-se que a distancia ideal para a leitura da placa era de 8 a 10 m a partir da entrada principal da Feira. Assim, aplicando-se a fórmula, foi definida a altura de 4 a 5 cm, para tos tipos de minúsculo, como a ideal para os textos presentes nas placas.
Figura 8 - Proporções recomendadas para letras (IIDA, 1990, apud MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING, 2003).
As fontes em serifa, como a utilizada no projeto, exigem um espaçamento maior entre linhas devido a monotonia visual da leitura.
Quanto a arranjo dos enunciados nas placas, eles podem estar alinhados a esquerda, alinhados a à direita ou centralizados. No projeto optou-se pelo alinhamento centralizado (figura 9).
Figura 9 - Alinhamento dos enunciados em placas de identificação.
Quanto ao enunciado das placas, utilizou-se o já existente, para manter de acordo com o conhecimento dos usuários da Feira.
8. RESULTADOS
O resultado da pesquisa desenvolvida neste projeto, gerou-se uma lista de recomendações ergonômicas. Essa lista, além de servir como embasamento para o projeto, foi utilizada como checklist de avaliação da proposta final. Foi desenvolvida toda a metodologia de projetação, com a busca e análise dos dados; geração de alternativas conceituais, escolha da alternatica conceitual, desenvolvimento da alternativa e a partir daí definiu-se a proposta de sinalização (figura 10) a ser implantada na Feira Municipal do Japiim.
Figura 10 - Formato definido para as placas
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo MACHADO, FOGAGNOLO, STOCKHAUSEN, EVERLING (2003), projetos de sinalização são estudos muito mais complexos do que a principio se imagina. Projetar uma sinalização é muito mais do que definir ou desenvolver placas e pictogramas bonitos e diferentes. Sinalizar um ambiente é uma atividade que se reflete diretamente na eficiência da circulação do local, e se não for bem desenvolvida, preocupando-se principalmente com os aspectos ergonômicos, resultará em falhas que prejudicarão a circulação dos usuários.

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